Era fim de tarde
o sol estava se pondo
fui visitar aquela que roubara meu coração
bati na porta por algumas vezes
mas ali apenas o eco parecia me ouvir
resolvi entrar
mas nada encontrei
até que deparei com ela ali
seu corpo ensanguentado sobre o chão
ela deu fim a agonia
tirando a própria vida
o desespero tomou conta de mim
mas nada pude fazer
o destino quis assim
tentei socorre-la mas de nada adiantou
já era tarde o céu fechou
suas feridas não puderam cicatrizar
lágrimas começaram a cair
se misturando sobre o sangue jogado ao chão
o sangue em minhas mãos me levou de volta ao passado
por mais uma vez pude ver
seu olhar ingênuo
seu cabelo solto ao vento
aquilo tudo foi me deixando confuso
já repleto de sangue
eu não sabia o que fazer
não podia deixa-la partir
a situação me deixou perturbado
minhas mãos tremiam
minha mente doía
e por um ato de desespero a roubei
agora ela seria somente minha
aquela pele pálida e fria
aquele olhar ingênuo paralisado
faziam dela uma bonéca
uma bonéca morta
um fantoche em minhas mãos
todos os dias ao anoitecer dançávamos
ela parecia ganhar vida entre meus braços
era como se sua alma me abraçasse
e junto a mim ela voltasse a viver
o lugar parecia mágico
o encanto se fazia presente naquele lugar
por alguns instantes minha mente parava no tempo
só assim eu conseguiria esquecer
aquele ato de loucura
a agonia em meus olhos
o tormento em minha mente
prometi que jamais iria lhe abandonar
jurei jamais deixa-la partir
talvez um dia minha alma encontre a sua
e assim possamos estar juntos novamente.